sábado, 24 de maio de 2008

Introdução

O homem diante de todos os outros seres vivos distinguiu-se por sua capacidade de observar, experimentar e transformar a natureza. Só ele foi capaz de fazer um saber espontâneo tornar-se científico, introduzindo a tecnologia para melhoria do meio em que vive.
Foi assim que o trabalho teve início na sociedade. Sua finalidade era a de garantir o sustento, transformar seu meio e a si próprio. Ao longo do tempo com a introdução de máquinas que vieram para substituir o trabalho manual pelo mecânico, observa-se uma grande preocupação dos estudiosos da época em racionalizar o processo produtivo, não considerando o bem estar dos executores, que começaram a trabalhar como se fossem programados, sem uma visão crítica de suas atividades, ou seja, reagiam como máquinas que respondiam somente aos comandos que lhes eram dados.

A evolução do processo de trabalho

Segundo a autora Maria Lucia Aranha, o trabalho desde a era primitiva apresentou-se de diferentes formas, dentre elas a comunal (em conjunto), para servir à comunidade. Apresentou-se de forma negativa aplicada como castigo e também positivamente com a valorização do esforço mental e físico. Nesse momento surge a divisão do trabalho entre os sexos masculino e feminino, e posteriormente a divisão de classes entre os senhores feudais e camponeses, que tinha como meio de subsistência a agricultura. Com o excedente do que era cultivado, realizavam trocas de mercadorias, dando inicio ao surgimento de uma moeda que foi a base do capitalismo. Com esse sistema, o lucro era reportado apenas aos donos dos meios de produção, ou seja, os capitalistas. Esse método de comercialização de mercadorias com alta lucratividade nas trocas, uma vez que os camponeses realizavam trabalhos iguais aos dos escravos, ou seja, exploração de mão-de-obra barata fez surgir uma nova classe social, a burguesia, que por sua vez era o grupo social mais influente da sociedade européia.

A Revolução Industrial


Segundo os autores Gislane Campos Azevedo e Reinaldo Seriacopi, no período feudal a agricultura era um processo que se utilizava o solo de forma imprópria usando de arados rudimentares e ferramentas inadequadas. O trabalho da época era realizado de forma artesanal e moroso. Os vassalos recebiam terras dos senhores para cultivo e pagavam o aluguel das mesmas com o trabalho. Não tendo outra escolha tornavam-se escravos.
Neste período foi criado o regime de troca, pois na época os vassalos, que eram a mão de obra, produziam somente o necessário para seu consumo e do senhor feudal. O que era excedente trocava-se por outros bens para consumo e utilização.
Com o surgimento da moeda – introdução do Capitalismo - sentiram a necessidade de produzir mais, para tanto também era necessário espaços maiores para o mesmo, daí o surgimento da propriedade privada, polis e das indústrias. Com esse processo iniciou-se uma revolução comercial com acúmulo de capital e o surgimento de maquinas.
A revolução industrial ocorreu no século XVII com a invenção da máquina a vapor que veio com força total para substituir o trabalho braçal e máquinas manuais, ou seja, substituiu as máquinas de teares manuais por máquinas a vapor, iniciando assim um processo mais ágil e produtivo. Porém trouxe também muitos problemas, principalmente o desemprego.
As fábricas eram locais com condições muito precárias. Não proporcionavam à classe dos proletariados nenhuma condição para realização do trabalho, os salários eram baixos, eram utilizados mão de obra infantil, o trabalhador que não atingisse sua meta era submetido a castigos físicos e não existia nenhuma forma de direito trabalhista. Mais tarde com o surgimento da escola clássica Taylor,Fayol e Ford o processo industrial foi aprimorado.
Com tudo isso os trabalhadores reagiram das mais diferentes formas, destacando-se o movimento “ludista” (o nome vem de Ned Ludlan) caracterizado pela distribuição de maquinas por operário, e o movimento “cartista”, organizada pela “Associação dos operários”, que exigia melhores condições de trabalho e o fim do voto censitário.
Destaca-se ainda a formação de associações denominadas "trade-unions", que evoluíram lentamente em suas reivindicações, originando os primeiros sindicatos modernos.
Neste período já se podia perceber a alienação, pois segundo Karl Marx em “Os” Manuscritos Econômicos-Filosoficos de 1844 “Todo trabalho é alienado, pois quando não se dá valor ao que produz, este passa a ser um trabalho alienado”. Os trabalhadores passaram a trabalhar como robôs tornando-se alienados pelo o que faziam sem poder de critica e questionamento. “Revolução Industrial promoveu a separação entre produtor e produto, determinando a alienação ante o trabalho”.
Vemos assim que o proletariado era alienado do seu trabalho, pois além de não saber qual era o fim da sua produção, não podia usufruir o produto que era destinado a outros.

TAYLOR



Frederick Winslow Taylor nasceu em Germantown, subúrbio da Filadélfia, Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, no dia 20 de março de 1856.
Começou a trabalhar aos 18 anos em uma oficina mecânica como aprendiz, mas seu destaque foi em 1878, aos 22 anos, quando conseguiu emprego nas oficinas de construção de máquinas Midvale Steel Company. Nessa empresa desenvolveu os estudos e aplicação dos Princípios de Administração Científica. Taylor Contribuiu de forma eficaz para o desenvolvimento industrial do século XX, foi um grande homem da época, sendo considerado o “Pai da organização Científica do Trabalho”, pois tinha força de vontade e grandes idéias. Com experimentações, invenções e estudos minuciosos. Tornou-se criador dos Princípios da Administração Científica que foi o marco da época e ainda utilizamos na nossa administração até hoje. Foi dessa forma que Taylor registrou 50 valiosas patentes de invenções sobre máquinas, ferramentas e processos de trabalho. Sendo assim surge a relação de Taylor com a alienação. Esse surgimento foi em função de sua dedicação e atenção inteiramente para fábrica e produção, através de sua eficiência de supervisão e dos estudos de tempos e movimentos.

FAYOL


Fayol caracteriza-se por estipular os princípios da administração e pela ênfase na estrutura organizacional. Foi o criador da divisão clássica como: planejar, organizar, coordenar e comandar, que estruturava bem a função de um administrador dentro de uma empresa. Nessa divisão o interesse maior está no funcionamento da organização, na sua produção e no acompanhamento das ordens. Poucos foram os benefícios voltados para os operários, pois não era levado em conta o individual de cada um.
Além das principais funções do administrador, Fayol cria os 14 princípios da administração, que resumindo se baseia na divisão do trabalho a fim de gerar mais produtividade, subordinação do interesse particular, prevalecendo o interesse geral, incentivo ao funcionário de estabelecer um plano e cumprí-los, dentre outras regras que tinham como intenção a manipulação dos trabalhadores de uma forma sutil e estruturada.
A administração científica se estrutura nas idéias de Taylor e Fayol que tem como uma das idéias centrais a associação do homem como um ser impulsionado a apenas incentivos monetários surgindo a expressão muito criticada do “homo ecomicus” que o reduzia a um ser previsível e controlável.
Várias são as criticas sobre seus sistemas estruturais. Devido a exploração dos operários diante seus supervisores, fica nítido a alienação que Fayol impunha aos trabalhadores que apenas exerciam as tarefas. Suas teorias calavam a voz do operário para dar lugar a equipes que eram compostas por chefes e detinham toda voz de comando, delegavam funções e trabalhavam para manter a ordem e supervisionar o trabalho dos demais.
Entende-se que todas essas inovações impostas na administração científica reforçam a idéia da alienação tão discutida nos dias de hoje, pois se percebe com clareza que os trabalhadores eram apenas seres que executavam idéias estudadas dos superiores. Todo o trabalho, execução e produção são dependentes de uma boa organização. E para que se alcance o sucesso estas tarefas devem ser comandadas pelos superiores. Até hoje as teorias de Fayol são usadas nas empresas, porem tornar o funcionário alienado a apenas execução sem o direito de voz desconsiderando o seu lado pessoal, gera insatisfações podendo ate desestruturar uma organização.

FORD


Henry Ford, engenheiro, também teve uma grande importância no processo de Administração Científica. Fundador da Ford Motor CO. criou o primeiro carro popular, o Ford Bigode, que em função de seu modo produção em série (o que garantia um volume maior de produtividade, com base na redução de custo), pôde ser acessível a grande parte da população, fato este que gerou um grande avanço da sociedade.
As teorias de Ford tinham por base os mesmos conceitos de Taylor e Fayol, que era o estudo de tempos e movimentos. Ele foi o criador do sistema de esteira que tinha por finalidade levar as peças de montagem até o trabalhador, evitando dessa forma um desperdício de minutos e até mesmo de segundos, que somados até o final da jornada de trabalho, poderia render-lhe maior produção.
Mas os operários também precisavam convencer-se de que esse processo de reduzir o tempo e aumentar a produtividade seria benéfico eles também. Foi então que Ford implantou um sistema de remuneração extra para os funcionários que produzissem mais. É nesse momento, com a divisão do trabalho que os operários são introduzidos num processo de alienação. Eles eram pagos para apenas executarem suas tarefas no menor tempo possível, o que lhes tornava robotizados e com uma visão microscópica de um todo. Já os gerentes (planejadores) detinham em suas mãos todo o poder de raciocínio e planejamento estratégico para aumentar cada vez mais sua produtividade, evitando também qualquer tipo de desperdício, estoque alto de insumos e até mesmo do produto acabado.
Apesar desse modelo de administração de Ford ter sido introduzido no início do século XX, ele ainda perdura nos dias atuais em grandes empresas automobilísticas, metalúrgicas, entre outras. Existe ainda hoje uma grande preocupação das empresas em aumentar cada vez mais sua produtividade e consequentemente seu lucro, preocupando-se apenas com o produto final e esquecendo-se de seus executores.